28 novembro 2007

Estelionatários atacam no campo esburacado do futebol


Noticia do Pe360graus.com Jornal Esportivo On Line

segunda-feira, 19 de novembro de 2007 -
19h4



"Bomba' de Edinho não tem tanto impacto assim

A "bomba" do presidente do Santa Cruz não explodiu com a força esperada. O treinador, que nos vestiários do Heriberto Hulse, no último sábado (17), minutos sua equipe ser rebaixada à Terceira Divisão após perder para o Criciúma por 2x0, prometia um dossiê para "estremecer o futebol brasileiro", na verdade deixa a impressão que ele foi mais vítima de um estelionatário a fim de faturar em cima do desespero coral do que de realmente de um complô da arbitragem brasileira.
O referido dossiê, que prometia desbaratar o trabalho de um grupo capaz de manipular os resultados do Campeonato Brasileiro da Série B, não traz muito subsídios. As conversas feitas por e-mail são, no mínimo, curiosas. O possível estelionatário criou um e-mai com o nome da "cbfnews", mas que tem o domínio "hotmail.com" que, traduzindo, pode ser criado por qualquer pessoa com acesso à internet, e não apenas por funcionários da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Nas conversas, o "contato" pedia R$ 6 mil por partida a fim de manipular os árbitros. Apesar das promessas de fazerem um "trabalho firme, objetivo e com capacidade de reverter os quadros atuais", deixava bem claro que "de nada adiantaria mandar o dinheiro, se a equipe não corresponder suficiente diante das expectativas". A regra também não era muito vantajosa, pois previa que em caso de empate ou vitória, seja onde for, o dinheiro teria que ser pago.
Edson Nogueira, que é delegado da Polícia Civil, chegou a depositar uma quantia (R$ 2.300,00), no dia 29 de outubro, na conta-corrente do Bradesco fornecida pelo possível estelionatário, antes da partida contra o Ceará, que terminou com uma derrota do Santa Cruz por 3x0. Após isso, justificando o não funcionamento do esquema, ele recebeu um e-mail dizendo que a pessoa não havia tido tempo de enviar o dinheiro para os árbitros. O curioso é que o e-mail só foi enviado após o jogo seguinte, no qual o Tricolor empatou contra o Avaí, por 2x2. Nele, lia-se que a quantia finalmente havia sido entregue, eis o porquê de o Santa ter empatado.
O mais estranho é que o tal contato também "prestava o serviço" de técnico do Santa Cruz. Numa das mensagens, ele aconselhou o presidente do Santa Cruz a contratar um técnico que "chute a porta", a escalar jogadores mais rápidos no ataque, pois "Kuki estava com a cabeça no Náutico", entre outras coisas do gênero.
Apesar de tudo levar a crer que o esquema é mais obra de uma pessoa ou um grupo de estelionatários a fim de lesar ainda mais o Santa Cruz do que realmente uma manobra real , a Federação Pernambucana de Futebol recebeu a documentação e vai entrar com uma ação no Superior Tribunal de Justiça Desportiva pedindo a anulação do Campeonato Brasileiro da Série B deste ano.
Da Redação do pe360graus.com "


COMENTÁRIO


A famosa "mala preta" contendo suborno a árbitros ou jogadores adversários é tão comum no decadente futebol brasileiro, que até um delegado caiu neste golpe de um estelionatário que garantia a manipulação de resultados favoráveis ao time do seu coração.

Políticos, funcionários públicos, fiscais e árbitros de futebol corruptos são praga que infesta o País, constituindo-se em figuras tão notórias na mente dos brasileiros impulsionadas pela repetição de fatos provocadores da generalização.

O raciocínio baseado nela é perigoso em todas as situações da vida humana. Infelizmente quando agimos por impulso e precisamos tomar uma decisão rápida o nosso entendimento se embota. Os vigaristas são hábeis na manipulação de sentimentos, especialmente quando a vítima pretende levar alguma vantagem, para sí ou para terceiros, como no caso acima narrado.

O uso de envelopes vazios como forma de demonstração de pagamento efetuado tem sido corriqueiro entre os larápios, A falta de verificação do saldo bancário (d0 nosso ou de terceiros mediante consulta escrita ao interessado) é um descuido normal de quem confia no seu semelhante. No entanto, a honestidade alheia nem sempre se assemelha à nossa. E lá vamos nós a cair no conto e na lábia do golpista!

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